A CRIANÇA E A CONSTRUÇÃO DA ESCRITA
Desde muito cedo as crianças apresentam
curiosidade acerca da escrita. Elas exploraram todo o material impresso que
lhes é apresentado em busca de significados e novas descobertas, buscando
através deste trabalho compreender o que está à sua volta. Neste processo, as
maiores dificuldades se relacionam à compreensão da estrutura do sistema
alfabético como representação da linguagem.
A escrita na Educação Infantil representa a
construção, por parte do aluno, de representações de significados
históricos-sociais construídos por meio de sua vivência. Segundo Emília
Ferreiro, a construção do conhecimento da leitura e da escrita tem uma lógica
individual, embora aberta à interação social, na escola ou fora dela. No
processo, a criança passa por etapas, com avanços e recuos, até se apossar do
código linguístico e dominá-lo.
É importante salientar que as crianças só
aprendem a escrever de forma convencional depois que esgotarem as
possibilidades iniciais. Durante este processo de construção da escrita, a
criança "erra" e "acerta", o "erro" deve ser
visto como um dos indícios das concepções infantis da escrita, sendo de
fundamental importância para que as fases de aquisição da escrita sejam
conhecidas pelo professor, para que ele identifique e analise os níveis em que
se encontram as produções escritas dos seus alunos.
De
início, no nível pré-silábico, a criança não faz uma diferenciação clara entre
o sistema de representação do desenho (pictográfico) e o da escrita
(alfabético) e estabelecem um número mínimo de letras, geralmente três, para
que uma palavra possa ser "lida" (aspecto quantitativo), além de
estabelecerem uma diversidade destas letras (aspecto qualitativo), nomeado por
Ferreiro como "variação qualitativa interna". Como se pode observar
na escrita de Reginaldo, 6 anos. Reginaldo ainda não estabelece uma diferença
clara entre o sistema de representação da escrita e de desenho. As letras que
aparecem são as do seu nome, menos em "borboleta", onde usa outras
letras, que certamente já conhece, como nome da mãe, pai, irmã, professora ou
de algum coleguinha, ou seja, são letras que estão presentes no seu ambiente
escolar e em seu convívio e servem para construir esta variedade de símbolos
utilizados.
REFERÊNCIAS
FERREIRO,
Emília. A pesquisadora que revolucionou
a alfabetização. Disponível em:
<http://revistaescola.abril.com.br/especiais/pensadores/pdfs/emilia_ferreiro.pdf>
LEMOS,
Hirlanda Freitas. Estudos da Língua Oral
e Escrita na Educação Infantil. Coleção Formando Educadores. Nupre, 2009.
WEISZ, Telma. Como se aprende a ler e escrever ou,
prontidão, um problema mal colocado. In
“Programa de Formação dos Professores
Alfabetizadores Letra e Vida”. Módulo 1: Coletânea
de textos, Unidade 3, Texto 5. São Paulo:
CENP, 2003.
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