GESTÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA
O tema Gestão Democrática e Participativa encontra-se em
destaque nos últimos anos, o que nos leva a refletir acerca desse conceito e
dos princípios que o cercam, já que esse tema encontra suporte na própria
Constituição, promulgada em 1988, que institui a “Democracia Participativa” e
cria instrumentos que possibilitam ao povo exercer o poder “diretamente” (Art.
1).
Contudo, sabemos que conceber uma gestão democrática e
participativa não é uma tarefa fácil, visto que participar da gestão significa
inteirar-se e opinar sobre os assuntos que dizem respeito à escola, isso exige
um aprendizado que é ao mesmo tempo, político e organizacional.
A gestão democrática da escola exige, em primeiro lugar, uma
mudança de mentalidade de todos os membros da comunidade escolar e essa mudança
implica deixar de lado um o velho preconceito de que a escola pública é do
estado e não da comunidade.
Na gestão democrática pais, alunos, professores e
funcionários devem assumir o seu papel juntamente com os gestores para que não
se tornem menos receptores dos serviços educacionais, assumindo sua parte de
responsabilidade pelos projetos da escola.
Entretanto, a proposta de uma gestão democrática da escola
com efetiva participação de pais, educadores, alunos e funcionários da escola
acaba sendo considerada utópica. Na visão de Paro (2008, p. 9):
[...] a palavra utopia significa o lugar que não existe. Não quer dizer
que não possa vir a existir. Na mediada em que não existe, mas ao mesmo tempo
se coloca como algo de valor, algo desejável do ponto de vista da solução de
problemas da escola, a tarefa deve consistir, inicialmente, em tomar consciência,
que apontam para a viabilidade de um projeto de democratização das relações no
interior da escolar.
A visão democrática permite pensar numa instituição que pode
contribuir para uma transformação social e isso se dá a partir da transformação
– de forma horizontal - do esquema de autoridade no interior da escola.
Expressar a crença de que, na medida em que consiga, na forma e no conteúdo,
levar os alunos a se apropriarem de um saber historicamente acumulado e
desenvolver a consciência crítica, possibilitará à escola a cumprir sua função.
Portanto, se queremos uma escola transformadora, precisamos transformar a
escola (idem, p. 10).
Apesar de estarmos todos voltados a uma postura democrática
na escola ainda é bastante comum depararmos com o sistema hierárquico que
pretensamente coloca todo o poder nas mãos do diretor. A escola só se tornará
democrática quando houver a efetiva participação de seus diversos setores. Por
isso, é necessário reafirmar que na medida em que se conseguir a participação
de todos os setores da escola – educadores, alunos, funcionários e pais – nas
decisões sobre seus objetivos e seu funcionamento, haverá melhores condições
para pressionar os escalões a dotar a escola de autonomia e recurso. E sobre
essa questão, segundo Paro (2008, p. 12), o conselho de escola é um potencial a
ser explorado.
REFERÊNCIAS
GADOTTI, Moacir. Gestão
Democrática e Qualidade de Ensino. Disponível em: <http://siteantigo.paulofreire.org/pub/Institucional/MoacirGadottiArtigosIt0026/
Gest_democ.pdf>. Acesso em: 20 out. 2012
PARO, Vítor Henrique. Gestão
democrática na escola pública. Série Educação em Ação. 3ª edição, São
Paulo: Ed. Ática, 2008. In: BASTOS,
Maria das Graças Sciam. Estágio
Supervisionado em Gestão Escolar. Coleção Formando Educadores. Nupre, 2009.
SANTO, Jaciara Gomes do Espírito. Organização e Gestão da Educação. Coleção Formando Educadores.
Nupre, 2010.
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